5 erros na Troca de Fralda

17 janeiro, 2021


É provável que a troca de fralda seja a segunda atividade mais frequente que você realiza com o seu bebê, perdendo apenas para as mamadas nos primeiros meses.

Por ser algo repetido tantas vezes, a gente acaba pegando o jeito rapidamente. Deixo aqui 5 erros comuns que os pais cometem nas trocas de fralda:


1 - Virar de costas para o trocador ou Deixar o bebê sozinho no trocador: Pode ser apenas 1 segundo sem a supervisão do cuidador, mas logo que os bebês aprendem a rolar já começam a fazê-lo com muita agilidade e qualquer descuido pode representar risco de queda com Traumatismo Craniano. Mesmo bebês que ainda não rolam podem cair, girando ou se impulsionando com os calcanhares. Dos 8 meses em diante, nem se fala! Cuidado redobrado.


2 - Água muito quente ou muito fria na hora da troca: Quando usamos água na troca das fraldas ela deve estar morna ou temperatura ambiente. Água quente pode causar queimaduras e água fria pode causar sensação incômoda pois a fralda fechada criava um ambiente quentinho. 


3 - Excesso de pomadas: Uso de pomadas para a proteção de assaduras não é obrigatório. Se você opta em aplicar a pomada no seu bebê, observe se durante a troca a limpeza não está ficando dificultada pelo excesso de pomadas, exigindo que você precise passar mais vezes a fralda de pano, o algodão ou o lenço umedecido. O atrito repetido pode causar irritação na pele. Além disso, algumas pomadas são medicamentos e devem ser usados conforme orientação profissional, por um período específico e com determinado número de aplicações ao dia. Observe também se a pomada que você usa não tem ingredientes potencialmente prejudiciais como os parabenos.


4 - Limpar o bebê de trás para a frente: Quando puxamos a sujeira de trás para a região vulvar aumentamos o risco de infecção urinária, principalmente nas meninas.


5 - Elevar as perninhas do bebê para a higiene da parte do ânus e bumbum: Ao realizarmos o movimento de elevação das pernas, aumentamos a pressão abdominal e aumentamos a possibilidade de ocorrência de episódio de refluxo nos bebês pequenos.


Se identificou com alguma das situações? Conhece alguém que vai ter bebê e pode aproveitar essas informações?

Deixa seu comentário!

Um abraço

 

Transtorno de Processamento Sensorial

21 dezembro, 2020


Sensorialidade é a percepção de sensações olfativas, gustativas, táteis, auditivas, visuais e proprioceptivas. É a capacidade que temos de perceber, sentir e identificar objetos, sons, gostos, cores, etc, assim como poder interpretar as sensações do próprio corpo (frio, fome, dor...).

Processamento sensorial é a capacidade de organizar as sensações do próprio corpo e do meio ambiente, fazendo com que seja efetivamente possível usar o corpo nesse ambiente.

Os Transtornos do Processamento Sensorial são caracterizados por dificuldades em perceber e interpretar os estímulos de natureza visual, tátil, auditiva, vestibular, proprioceptiva, gustativa e/ou olfativa. Essa condição também pode ser definida como a inabilidade do Sistema Nervoso Central em modular, discriminar, organizar e coordenar as sensações adequadamente. Em não saber responder adequadamente ao estímulo, o indivíduo acabará apresentando comportamento fora do padrão.

Os indivíduos hiper-responsivos apresentam baixo limiar aos estímulos sensoriais. Desse modo, tendem a se orientar ou responder de forma mais intensa, automática e exagerada. Como resultado podem reagir expressando comportamentos defensivos de recusa, ansiedade e nervosismo perante determinadas texturas, sabores, odores, ruídos, movimentos e estímulos visuais. O oposto é observado nos pacientes com hiporesposta, nos quais vemos uma diminuição das respostas frente a estímulos ou respostas lentificadas. Nessa situação, pode-se dizer que o limiar de resposta ao estímulo sensorial é alto fazendo com que o indivíduo pareça insensível à dor, movimentos, sons, odores, sabores ou estímulos visuais. Estes pacientes também aparentam ter consciência limitada da informação sensorial, não interpretando sinais de fome por exemplo e falhando em exibir comportamentos exploratórios. Esses sintomas se manifestam em comportamentos apáticos, lentos, isolados, passivos, e com pouco engajamento para iniciar e manter as relações sociais. 

Apesar de ser comumente confundido com o autismo, o TPS é um distúrbio distinto, que pode ou não, afetar pacientes diagnosticados com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Estudos revelam que entre 5 e 16% de crianças  entre 6 e 11 anos apresentam algum tipo de TPS. Entre pacientes diagnosticados com TEA, esta proporção chega a 40%.

Características das crianças com Transtorno de Processamento Sensorial:

1 - Resistência significativa a escovar os dentes, pentear ou lavar os cabelos, lavar o rosto, necessitando contenção por um adulto.

2 - Seletividade alimentar extrema. Recusa a uma textura, temperatura ou cor de alimento, prejudicando a dinâmica familiar e a condição nutricional da criança.

3 - Não aceita ficar com as mãos, rosto e roupas sujas durante brincadeira ou refeição.

4 - Resistência ao tocar determinada textura, como espuma, grama ou areia. Recusa ao vestir roupas de tecidos ásperos ou com costuras grossas.

5 - Medo excessivo ao inclinar a cabeça ou o corpo para trás. 

6 - Busca excessiva por atividades que incluam movimento como girar e balançar. 

7 - Aversão a ruídos.

8 - Tropeçar ou trombar com frequencia, como se não tivesse consciência do próprio corpo.

9 - Dificuldade com atividades motoras finas, como segurar um lápis, vestir uma boneca ou abotoar a própria roupa.

10 - Dificuldade de transição de estado de humor, ambiente ou atividade.

Se você identifica algumas destas características em seu filho, converse com seu pediatra.

 

Sinais de Alerta para Transtorno do Espectro Autista

10 dezembro, 2020


O Transtorno do Espectro do Autismo é um transtorno relacionado ao desenvolvimento neurológico.  Sua causa ainda não é conhecida mas já foram identificados alguns fatores de risco. Seu diagnóstico é clínico e feito através da observação de sinais e sintomas: dificuldade em se comunicar, dificuldade de interação social,  interesses ou movimentos repetidos. A gravidade é variável e o prognóstico será de acordo com possíveis intervenções, por isso, profissionais e familiares devem estar preparados para realizar intervenções precoces e corretas objetivando autonomia.

A alta prevalência atual do transtorno do espectro autista obriga aos pediatras pesquisar os sinais de alerta precoces em toda consulta de puericultura.

Os pais devem ser questionados sobre os seguintes aspectos:

1- Prosódia atípica (voz monótona, entonação incomum, ritmo irregular, timbre atípico)

2 - Não coordena o olhar, a expressão facial, os gestos e os sons

3 - Comportamento visual atípico

4 - Não atende quando chamado

5 - Ausência de expressões afetuosas e alegres

6 - Não demonstra interesse ou diversão

7 - Não mostra objetos para outra pessoa

8 - Repetição de movimentos com objetos

8 - Estereotipias ou posturas incomuns do corpo 

 

Na presença destas características, independente da idade, a criança deverá ser encaminhada para acompanhamento transdisciplinar: Neurologista, Psicóloga, Terapeuta Ocupacional, Fonoaudióloga, Nutricionista. O mais importante no primeiro momento é o acesso do paciente às terapias e intervenções que irão potencializar seu desenvolvimento de forma integral.



Se você identifica alguma destas características no seu filho, comunique seu Pediatra!

 

Puericultura e o Desenvolvimento do Bebê

4 dezembro, 2020

A importância do acompanhamento pediátrico de rotina vai muito além do pesar e medir.

Um dos aspectos importantes na consulta pediátrica é avaliar o Desenvolvimento Neuropsicomotor do bebê, você sabe o que é isso? Juntamente com os pais, o pediatra deve avaliar se o bebê está desenvolvendo habilidades motoras, sociais e afetivas de acordo com o esperado ou se apresenta alguma alteração ou falta de alguma destas habilidades. 

Em cada faixa etária são usadas "referências", os chamados marcos do desenvolvimento. Os marcos representam as principais habilidades e funções que caracterizam a progressão do desenvolvimento, servindo como guia para o profissional e a família. A ausência de um marco do desenvolvimento após a faixa etária esperada é vista como um sinal de alerta para o desenvolvimento.

O desenvolvimento do bebê pode ser afetado por diversos fatores: nutrição, prematuridade, doenças, ambiente social, presença de irmãos, escolarização, etc.

Como o pediatra consegue avaliar isso na consulta? Através das informações colhidas com os pais e da observação do bebê, sua reação a estímulos visuais e sonoros, seu tônus ao ser carregado até a balança ou ao ser posicionado de bruços, sua interação com os cuidadores... 

Além de identificar a presença ou ausência de algum marco do desenvolvimento, é papel do pediatra orientar as famílias como estimular os bebês e/ ou encaminhar casos que precisem de acompanhamento transdisciplinar.

Mais um motivo para manter em dia o acompanhamento do seu bebê!

Um abraço,


Dra. Ana Candida Ferreira  - Pediatra




 

Plano de Parto e Pré Natal Pediátrico

4 dezembro, 2020

Você já sabe o que é um Plano de Parto?


Plano de parto é um documento escrito que formaliza a comunicação entre o casal gestante e os profissionais de saúde que irão assistir o trabalho de parto e parto. 

Este documento serve como um guia para a equipe obstétrica, pois nele estão manifestas das expectativas da gestante com relação ao decorrer do trabalho de parto, parto e pós parto imediato. Quando você contrata uma equipe provavelmente terá profissionais alinhados com você, porém em situações em que você conta com a assistência da equipe plantonista, um plano de parto bem elaborado ajuda a equipe a te conhecer.

Você poderá elaborar este documento com ajuda do seu médico obstetra, enfermeira obstetrica ou obstetriz, doula e também do médico pediatra, pois nele também são colocadas as expectativas quanto ao atendimento do bebê recém nascido em sala de parto e no pós parto.

Porém, para decidir os procedimentos que você aceita ou recusa, você precisa estar informada sobre quais os procedimentos "padrão" na sala de parto e maternidade.

Gosto muito da consulta Pré Natal para formulação do Plano de Parto pois o que acontece no parto e nas primeiras horas de vida do bebê podem impactar sua saúde para a vida toda. Procure o atendimento pediátrico Pré Natal com antecedência para que você tenha toda a informação que precisa para garantir o maior potencial de saúde para o seu bebê.

Vamos agendar?

Dra. Ana Candida Ferreira - Pediatra



 

Guia Prático para Promoção de Saúde Mental de Crianças e Adolescentes na Pandemia de COVID-19

2 dezembro, 2020



As mudanças impostas pela pandemia de COVID-19 geraram impacto nos mais variados âmbitos.

Fechamento de escolas, necessidade de distanciamento físico, pais sobrecarregados, são fatores que trazem consequência direta na saúde mental e bem estar das crianças. Nos atendimentos recebo queixas frequentes de sintomas de ansiedade, dificuldade para dormir, agressividade, comer compulsivo e ganho de peso, todos relacionados ao período de reclusão durante a pandemia. O papel do pediatra também é tentar estruturar a família e suas atividades, prevenindo crises e promovendo saúde.

Artigo publicado na Revista Residência Pediátrica - Volume 10 - Número 2, traz recomendações úteis para o momento e deixo aqui um resumo:


1 - Estabelecimento de rotinas: horários de acordar e dormir, atividades escolares, refeições, afazeres domésticos e lazer. Os pais devem assumir a liderança na criação de novas formas de convívio e na divisão das tarefas domésticas. As rotinas podem ser revistas periodicamente, conforme necessidade. Deverá ser estimulado o uso criativo do tempo e dos espaços da casa, com respeito aos limites e privacidade.

2 - Atividades Escolares: o estresse dificulta o aprendizado. Os pais devem estimular a participação dos filhos, respeitando a proposta da escola mas com o cuidado de evitar cobranças exageradas. Pais não devem ser cobrados a responsabilidade do ensino formal dos filhos.

3 - Organizar uso de celulares, tablets, computador etc. As atividades digitais das crianças devem ser supervisionadas pelos pais, que devem dar exemplo reservando tempo livre de telas para o convívio em família. O tempo de uso deve seguir as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria. 

4 - Promoção do contato da criança com avós, familiares ou amigos por meio de recursos á distância, com encontros organizados pelos pais,

5 - Tempo Adulto: Além das atiidades home office, é fundamental que cada um tenha disponibilidade de tempo e espaço doméstico para se dedicar aos seus próprios interesses.

6 - Tempo pra Brincar Livre: desenhar, modelar, ler, escrever, contar histórias, fantasiar-se, brincar com bonecos, jogos de carta e tabuleiro, dançar, cantar, ouvir e tocar música, cozinhar... Os adultos precisam muitas vezes tomar a iniciativa e participar no início da brincadeira, até que a criança se envolva a ponto de seguir sozinha.

7 - O convívio próximo entre irmãos deve ser gerenciado para evitar o acirramento de conflitos ou competição. 

8 - Adolescentes devem ser respeitados em suas peculiaridades comportamentais, mas ao mesmo tempo convidados a participar e contribuir na divisão solidária de tarefas. O oposicionismo, a necessidade de isolamento e a ânsia pelo convívio com outros adolescentes podem tornar o isolamento social particularmente difícil. 

9 - Contatos físicos devem ser ordenados pelas regras de higiene e segurança preconizadas por órgãos de saúde, mas há que se adaptar tais regras em casos específicos. Os riscos da privação de carinho e aconchego superam os riscos do vírus. 

10 - O acesso das crianças a notícias sobre a pandemia deve ser restrito. Não recomendamos que as crianças sejam expostas a exageros ou ao pânico. As informações necessárias devem ser dadas de forma simples, objetiva e positiva, respeitando a capacidade de entendimento da criança e evitando tom alarmista. 

11 - Os pais devem buscar oportunidades para dar aos filhos exemplos de solidariedade, por meio do auxílio a parentes, vizinhos e amigos e também a pessoas necessitadas. Suas ações são a base para qe a criança aprenda e desenvolva valores como a generosidade, a compaixão, a honestidade e a capacidade de empatia.


Vamos juntos superar essa pandemia!!!

Dra. Ana Candida Ferreira - Pediatra